OAB-PA sobre as prisões do Pará: lamentável, subumano, deprimente

O Conselho Federal da OAB recomendou às seccionais que inspecionem as unidades prisionais dos seus respectivos estados, mas bastaria inspecionar um só presidio e replicar a situação para todas as unidades nacionais.

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Guardadas as singularidades de cada um, a linha de corte que se traça seca similaridades espantosas, porque a lógica do sistema é única e quem nele ingressa só sobrevive se entrar na métrica dos “Versos Íntimos”, de Augusto dos Anjos:

"Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera."

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A reação da comissão da OAB-PA, depois de visitas na região metropolitana de Belém, não poderia ser outra e se traduz na fala da ouvidora geral, Ivanilda Pontes:

“Lamentável, subumano, deprimente. Essa é a situação em que encontramos essas prisões. Superlotação, imundície, ratos com prisioneiros... Uma pocilga”.

O desabafo se refere às unidades de Belém. As unidades do interior do Estado podem ser descritas como a quebra do “Sétimo Selo”, pelo cordeiro:

“Então o anjo pegou o incensário, encheu-o com fogo do altar e lançou-o sobre a terra; e houve trovões, vozes, relâmpagos e um terremoto.”

Algum iluminado na República precisa entender que o nosso sistema prisional, com uma população carcerária de 600 mil detentos, é uma das linhas de montagem da violência que assola o país.

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Comentários

  1. Porque será que essa situação nunca muda?

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    1. Ora por que, meu amigo Virgílio: porque, infelizmente, há muitos que pensam que "tem mais é que ser assim mesmo" e que a solução para acabar com a bandidagem é construir mais presídios e, de preferência, matar os bandidos. O problema e que não teremos presídios e nem balas suficientes, mas tudo bem: contrata seguranças, compra uma fortaleza (será o teu presídio particular) e uma Mercedes Benz blindada, ora pois...

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  2. Este pessoal que esta com pena destes bandidos deveriam levar esta gente para suas casas.

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    1. Ou você está brincando ou não sabe onde mora: todos "esses bandidos" já estão na minha casa. A minha casa é Belém, no Pará, no Brasil. E se você mora em algum lugar do Brasil, está com eles dentro de casa também.
      Mas se você mora na Áustria, Holanda, ou em alguns dos países escandinavos, parabéns: na sua casa as prisões estão sendo fechadas, pois aí eles trataram a questão de forma correta.
      Por favor, tenha pelo menos piedade de nós que moramos no Brasil, e não faça piada com o nosso drama.

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    2. Ei Parsifal. Cuidado. Não te mete com o pessoal do esquadrão da morte. Essa turma mata mesmo. Tu pensa que bala desvia de deputado é?

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  3. Nunca vi o Parlamento Estadual debater o sistema penitenciário paraense. Nunca mesmo. Procure nos anais da casa e veja que lá inexiste qualquer movimento para desnudar essa pouca vergonha que são as cadeias e os presídios de nosso estado. Tá passando da hora de a ALEPA criar e fazer funcional a CPI do Sistema Prisional. Como não dá voto, vamos continuar aperfeiçoando a prática criminosa que brota dentro do cárcere paraense. Esse País tem jeito ?

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    1. Eu já participei de duas audiências publicas sobre o assunto, promovidas pela Alepa. Não há muito o que possa ser feito pelo parlamento no caso do sistema prisional, pois a politica penitenciária é prerrogativa exclusiva do Poder Executivo.
      CPI não resolve coisa alguma: são meros teatros para a mídia e, como você mesmo afirma, como CPI de sistema prisional não desperta maiores interesses do eleitor, ninguém quer montar a peça.
      Creio que o país tem jeito. As mudanças são lentas e ainda não temos 40 anos de plena democracia. As instituições se consolidam com o exercício democrático.

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  4. A oab deveria era visitar as escola e hospitais, para ver o desmando e trazer uma solução, só assim acabariam com marginais, mas eles só querem é aparecer.

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  5. Como o prédio da OAB é grande que tal ela dar guarida a estes presos?

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