Morre Peter O’Toole, um dos maiores atores do Século XX

Esta tarde (15) faleceu, aos 81 anos, em Londres, um dos maiores atores do século XX, o irlandês Peter O'Toole, cujo maior sucesso foi o épico de David Lean, "Lawrence da Arábia" (1962), que reuniu 4 dos maiores atores da história cinematográfica: o próprio O’Toole, Omar Sharif, Alec Guiness e Anthony Quinn.

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O’Toole nunca ganhou um Oscar, mas detinha o maior número de indicações para receber a estatueta: oito vezes.

> Começou como estagiário de jornalista

Depois de trabalhar como estagiário de jornalista, conseguiu, em 1952, uma bolsa na renomada Royal Academy of Dramatic Art, que o habilitou ao teatro, depois à TV e finalmente ao cinema.

"Lawrence da Arábia" o projetou em Hollywood e lhe rendeu a primeira indicação ao Oscar. Vieram então clássicos como “Becket” e “Hamlet”, no qual foi dirigido por Sir Laurence Olivier. Outro que merece destaque é a adaptação da peça de James Goldman, “O Leão do Inverno”.

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> Comédias e Cervantes

Passeou também pela comédia romântica, onde merece evidência a impagável “My Favorite Year”, no Brasil lançado como “Um cara muito baratinado”. E passou pelo musical, onde contracenou com Petula Clark em "Goodbye, Mr. Chips", de 1969.

E embora tenha sido mal recebido pela crítica, eu gostei muito da adaptação às telas do musical “The Man of La Mancha”, o Dom Quixote de O’Toole, quando ele contracenou com Sophia Loren: vale a pena conferir.

> De Bertolucci e pela Pixar

Em 1987 foi dirigido por Bernardo Bertolucci em “O Último Imperador”, no papel de Sir Reginald Fleming, o diplomata designado pelo Império Britânico para ser o tutor do último imperador chinês, Aisin-Gioro Puyi.

Na era dos filmes digitais, O'Toole foi chamado pela Pixar para fazer a voz do crítico gastronômico Anton Ego no sensacional Ratatouille, salvo engano em 2006.

Em 2003, a Academia concedeu-lhe um Oscar de Honra, pelo conjunto do seu trabalho. Ele anunciou que não iria recebe-lo, mas foi convencido a ir depois que recebeu a visita de cerca de 12 dos maiores atores e atrizes de Hollywood, que desejavam aplaudir-lhe a honra.

Quando Merryl Streep entregou o Oscar a O’Toole, ele foi ovacionado, de pé, por uma audiência de mais de 100 artistas, entre eles, Jack Nicholson, Nicholas Cage, Nicole Kidman, Sean Connery, Micahel Caine, Angelica Houston, Harrison Ford, Cameron Diaz e muitos outros. Na ocasião ele fez um belíssimo discurso de agradecimento:

> Mais de 70 filmes

Peter O’Toole fez, tantos quanto eu contei, 71 filmes, várias peças teatrais e séries de TV. Foi um ator completo quando o cinema não tinha lá muitos recursos para levar, e prender, o espectador na cadeira, a não ser o talento do ator.

Vou rever “O Leão do Inverno”, pois com isso mato dois coelhos com um só cajado: faço minhas póstumas homenagens a O”Toole, no papel do Rei Henrique II, da Inglaterra, e revejo a divina Katharine Hepburn, protagonizando a Rainha Eleanor de Aquitânia.

Que a terra lhe seja leve:

Comentários

  1. Essa academia do Oscar as vezes é injusta e contraditória. Quando não, concede premiação póstuma da estatueta.

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