Buchada no Palácio e carimbó na ópera

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Diante da repercussão negativa dos gastos de R$ 3,44 milhões do governo do Ceará com os regabofes à francesa do Palácio da Abolição, o governador Cid Gomes (PSB) resolveu servir ova de tainha no lugar de caviar.

> Traduzindo o cardápio

Em entrevista ontem (19), disse que não terá mais comidas com nomes estrangeiros no cardápio do Palácio: doravante, o menu será com nomes brasileiros.

Eis a declaração do socialista:

"Se querem fazer demagogia eu também vou fazer. Vou tirar do cardápio todas as comidas francesas, inglesas, russas e deixar somente as comidas brasileiras. Arroz, feijão, carne, frango, peixe e uma entrada. Tudo que for com nome em francês, inglês e russo, vai sair. Vai ficar só coisa com nome em português".

A tradução do cardápio virou piada. O creme de escargot, por exemplo, vai virar “magoado de caracol” (no Ceará banana amassada é banana magoada. É isso mesmo, meu amigo MCB?).

> Buchada no Palácio

Mas a mesa no vernáculo não arrefeceu o ímpeto da oposição, que  já convocou, para o próximo sábado (24), um protesto em frente ao Palácio da Abolição.

A palavra de ordem do protesto é “Cadê meu Caviar. Buchada no Palácio".

> Ópera em ritmo de carimbó

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Talvez a solução de Cid Gomes possa inspirar o Paulo Chaves aqui no Pará a dar termo ao pessoal que protesta contra ele: basta chamar o meu amigo Pinduca para reescrever “Il Trovatore” no ritmo de carimbó.

Apesar de gente fina ser outra coisa, garanto que ninguém vai ficar sentado no Theatro da Paz.

Comentários

  1. Parsifal, que tal voce se ocupar em protestar contra este aumento absurdo que a Dilma deu na conta de energia elétrica? Por outro lado não dava para voce avisar ao pessoal do Jader (Diario do Pará) que o aumento nas tarifas de energia são dadas pelo Governo Federal?

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    1. Estou aguardando pedido de informação que protocolei na Alepa pedindo explicações à Equatorial da composição de custos do pedido que a empresa fez de realinhamento da tarifa.
      No "Diário do Pará" não trabalha o "pessoal do Jader" e sim profissionais jornalista que labutam, como você, para ganhar o pão. Mas se você quiser fazer o aviso, o jornal tem um portal no qual recebe diretamente os comentários dos leitores.

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  2. Francisco Sidou20/08/2013, 10:20

    O grande Pinduca poderia também fazer uma versão de "La Traviatta" ao ritmo do "Carimbó do Macaco" , que tal ? Até o Paulo Chaves iria dançar, com certeza.

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  3. Égua Dr. PaiD"egua essa resposta.

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  4. ECONOMIZANDO NA LAGOSTA AS CUSTA DE POMBA!

    Meu Caro Parsifal

    Banana amassada é banana machucada agora se ela criou magoa de quem lhe machucou deveria apresentar um B.O. para Venus acusando o cupido de mau uso de flechas para ele ser enquadrado na lei Maria da Penha!

    Quanto a mudança dos nomes franceses no cardápio isso não foi justificado pelo irmão cretino Ciro relações publicas da família Gomes, ele se encarregou de dizer que seu amado irmão não podia fazer licitação de entrega de marmita porque o Palácio da Abolição recebe ministros , embaixadores e chefe de estado e o deputado Heitor que fez a denuncia deveria antes de querer aparecer ter analisado o real motivo!

    A criatividade cearense atrás de fazer ineditismo e ganhar algum realmente coloca nomes em pratos realmente estranhos , na praia da Emboaca apareceu um prato de lagosta com um nome digno de ser usado no cardápio do Palácio da Abolição “ Lagosta Empombada” , trata-se de uma lagosta no dendê e o nome vem do adjetivo usado para denominar quem esta na cor amarela por vicio em cachaça ou doença!

    Tal prato no cardápio levaria o hospede a não pedir lagosta imaginando que se pedisse receberia a lagosta mas teria que retribuir dando uma pombada no anfitrião!

    Duas bichas com o sobrenome Dias estavam transando , passou um gaiato e critou:

    Eita isso deve estar muito bom!

    Nesse momento o que estava sendo cravado pelo outro respondeu, claro, bem que o papai dizia “ Nada como um dia atrás do outro”

    (((((MCB)))))

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    1. Então vamos trocar a tradução para "Caracol machucado".

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    2. O Pinduca tem talento até para compor uma Ópera, se assim o quiser. De outra banda, oferecer Ópera ao povão não é problema. O povo já provou que também gosta de Arte & Cultura. O povo e o Pinduca merecem, portanto, o maior respeito. Nada de gracinhas com o nome de um ou com o outro. O errado, o feio, o criminoso, é os governadores, o presidente da Câmara e do Senado, a presidente da República gastarem altas somas das verbas do povo para fartar-se no Palácio, juntamente com seu cordões de puxassacos, com tudo o que há de melhor da comida inglesa, francesa, russa, japonesa, tailandesa e nacional, em almoços e jantares pantagruélicos, e não convidar o povo para o regabofe. Não tem graça. Além de improbidade, isso é uma tremenda sacanagem para com o povão.

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    3. Concordo plenamente com o que você classificou de errado. Somo a isso o poder público patrocinar óperas, pois as dotações da cultura são para a promoção da cultura popular e não de nichos específicos.
      "Povo" que gosta de ópera é o italiano, alemão, austríaco e afins que têm o gênero como parte integrante dos seus mores, assim como temos, no Pará, o carimbó como gênero cultural típico. Os paraenses, que gostam de ópera não representam 2% dos habitantes do Estado, e como o gênero não faz parte da cultura popular do Pará, é puro esnobismo maneirista lançar mão do minguado dinheiro da cultura para patrocinar récitas.
      Desrespeito com o povo paraense, portanto, é despender R$ 2 milhões com importação de cantores e figurinistas estrangeiros para apresentar óperas a 900 pessoas (lotação do teatro)enquanto o Pinduca, e outros artistas de cultura popular paraense, para onde está obrigado a ir o fomento financeiro público, sequer serem convidados para ouvir as árias.
      O povo e o Pinduca, de fato, merecem o maior respeito: coisa que o esnobismo estrábico da Secult não se roga a dar.
      Isso, para repetir o seu epílogo, "não tem graça. Além de improbidade, isso é uma tremenda sacanagem para com o povão".

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    4. Como diria o Joãozinho Trinta: "O povo gosta é de luxo; quem gosta de miséria é intelectual". É melhor oferecer uma boa Ópera a 900 pessoas, do que rotular os pobres paraenses de bobalhões incapazes de entender uma Ópera.

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    5. Você está totalmente equivocado na argumentação. Não é apenas ópera que é luxo: as mais diversas manifestações culturais populares são apetrechos de luxo se feitas com requinte e bom gosto.
      Aqui ninguém está "rotulando os pobres paraenses de bobalhões incapazes de entender uma ópera". Ópera é apenas um gênero musical de contar uma estória, ou história: não precisa entender, apenas acompanhar. O quê da questão, no caso, é que a narrativa não é em português e quem não entende a língua clássica na qual ela é cantada (alemão clássico ou italiano clássico principalmente), pode ser pobre, remediado ou rico e não vai entender nada mesmo.
      Ainda, para demonstrar que você se equivocou em tudo, as 900 pessoas que assistirão o esnobe maneirismo pago com dinheiro público não são os pobres e nem os remediados: esses estão fora da agenda cultural do Estado.
      Quem vai lotar o Theatro da Paz são os ricos bobalhões que não vão entender coisíssima alguma do que for narrado fora do vernáculo, mas como leram os panfletos vão sair dizendo que foi uma maravilha e ovacionar tudo para bajular o patrocinador, que é o erário, conseguido, também, à custa dos pobres que pagam os seus impostos quando compram o pão para a Secult patrocinar óperas quando deveria estar investindo os recursos da cultura com as mais legitimas manifestações populares locais.
      Patrocinar ópera com dinheiro público é improbidade administrativa, pois é desvio da finalidade dos recursos da cultura para meros espetáculos.

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    6. E está certo os presidentes da Câmara e do Senado, que são do PMDB, gastarem tanto verbas públicas em convescotes, regados com tudo que há do bom e do melhor em matéria de comes e bebes, com seus aliados ou aliciados, que nem o Cid Gomes do PSB?

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    7. Não, não está certo: está absolutamente errado. E a crítica não é por classificação partidária e sim porque todos os que fazem isso estão errados mesmo, e estão tão cegos que não enxergam a mudança de temperatura.

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